Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso
Amor Cotidiano
Deus ama a
alegria dos seus filhos
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SS observa que o mundo vê o comportamento da
Igreja, com seus mandamentos e proibições, como um obstáculo à felicidade e à
alegria da vida preparada pelo Criador. Ele recorre, então, ao Papa Bento XVI,
que responde reconhecendo que, em épocas passadas, não faltaram exageros e
ascetismos impróprios do cristianismo. A Doutrina oficial da Igreja, fiel à
Sagrada Escritura, coloca o eros em seu devido lugar, isto é, como um
bem desejável, fonte de alegria e prazer, exigindo, porém, a prática de ascese,
renúncias, purificações e saneamentos.
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O intento fundamental de SS é salvar a alegria
legítima da família. Este objetivo deve ser alcançado seguindo um belo caminho
com as paixões, combinando-as progressivamente a um projeto de autodoação e seu
entrelaçamento com momentos de intenso prazer, enriquecidos com dedicação
generosa, espera paciente, inevitável fadiga e esforço por um ideal. A vida da
família merece tanto? Merece ser vivida inteiramente? Certamente que sim.
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Deus ama a alegria dos seus filhos supondo-se o bom
uso de todas as coisas (1 Tm 6,17). Este conceito já foi emanado no Antigo
Testamento, quando aconselha “Filho, se tens posses, faze o bem a ti mesmo
(...) Não te prives do bem de um dia” (Eclo 14,11.14). Se um casal de esposos é
feliz, o que também é desejado por Deus, que desfrute deste bem ou como diz o
texto bíblico “Quando os dias forem bons,
aproveite-os bem (...)” (Ecl 7,14). SS abre os horizontes quando diz que
o prazer pode, no decorrer da vida e conforme a necessidade do amor mútuo,
tomar outras formas de expressão. Neste sentido, pode-se ampliar a consciência,
dilatando e aperfeiçoando as perspectivas, para não ficar preso a uma
experiência muito limitada. Aliás, alguns mestres orientais caminham nesta
direção. Há correntes espirituais, entretanto, que insistem erroneamente em
eliminar o desejo para se libertar da dor decorrente.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre
lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)
Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat