COMPROMISSOS DO SETOR

segunda-feira, 30 de abril de 2018

TEMA 45 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR (continuação)


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

Alegria e beleza
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A preocupação de SS neste parágrafo é mostrar que o matrimônio, quaisquer que sejam as circunstâncias da vida conjugal, deve ser sempre alicerçado na alegria do amor, no sentido profundo de São Tomás, que usa a palavra alegria para se referir à dilatação da amplitude do coração. Em contraposição, quando a busca pelo prazer é exclusiva, obsessiva, impede a capacidade de desfrutar de outras realidades variadas, como é o caso da fase da vida em que o prazer se apaga. A alegria matrimonial deve trilhar o caminho da amizade, onde os esposos prestam reciprocamente ajuda e serviço na superação dos contrastes da vida, como por exemplo tensões e repouso, sofrimentos e libertações, aborrecimentos e prazeres.

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O parágrafo abrange vários conceitos, cujas expressões convêm serem relembradas. Caridade é o amor de amizade, quando capta e aprecia o valor sublime do outro. E o que é esse valor sublime? É aquele valor que permite saborear o caráter sagrado da pessoa, não coincidindo com os atrativos físicos e psicológicos nem com imperiosa necessidade de possuí-la. Com outras palavras, dir-se-ia que esse valor sublime implica no gosto de contemplar e apreciar o que é belo e sagrado do seu ser pessoal, além das minhas necessidades, quando sei que a pessoa não pode ser minha ou quando se tornou fisicamente desagradável ou agressiva.

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O parágrafo versa basicamente sobre o que pode ocorrer no relacionamento entre os cônjuges e, por extensão, entre os membros da família. Todos têm sua importância, seu valor, que devem ser sempre considerados para evitar desabafos do tipo: O meu marido não me olha; para ele, parece que sou invisível. Olhe-me, por favor! E, em contraposição, pode ocorrer a situação inversa: A minha mulher já não me olha, agora só tem atenção para os filhos. Por vezes, quantos esforços são feitos pelos cônjuges ou pelos filhos para serem valorizados? E o que está faltando? Um olhar contemplativo, capaz de ver o valor intrínseco do ser humano, independentemente se estiver doente, velho ou sem atrativos sensíveis.

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Este amor contemplativo em análise tem várias faces, que poderiam ser compreendidas pela alegria recíproca causada por um ato generoso e desinteressado de dar. Aliás, este pensamento não é atual: Dá e recebe, e alegra a ti mesmo (Eclo 14,16): É doce e consoladora a alegria de fazer as delícias para os outros, vê-los usufruir delas. Este júbilo, efeito do amor fraterno, não é o da vaidade de quem olha para si mesmo, mas o do amante que se compraz no bem do ser amado, que transborda para o outro e se torna fecundo nele. Embora prosaico, não deixa de ser um exemplo significativo pelo seu conteúdo humano, o da cozinheira cuja delícia é apreciar a satisfação de quem saboreia o seu tempero.

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O sofrimento também pode provocar alegria. Contraditório? Nem sempre. Santo Agostinho, nas suas Confissões, diz que quanto mais grave for o perigo, tanto maior é o gozo no triunfo. SS aproveita o aforisma do grande pensador para aplica-lo na vida conjugal. É o que acontece com os casais quando, já adiantados nos anos, olham para dias passados: Poucas alegrias humanas são tão profundas e festivas como quando duas pessoas que se amam conquistaram, conjuntamente, algo que lhes custou um grande esforço compartilhado.

Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Idalina e Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat


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