Capítulo II: A REALIDADE E OS DESAFIOS
DAS FAMÍLIAS
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Neste parágrafo inicial, o Papa Francisco reitera a
importância do bem da família para o futuro do mundo e da Igreja. Para nós,
cristãos, as famílias têm início no matrimônio. É um verdadeiro mistério a
relação entre esses dois conceitos: matrimônio e família. No contexto atual,
deparam-se com inúmeras dificuldades, cuja superação exige análises profundas,
verdadeiros desafios a serem enfrentados pelas próprias famílias e também pela
Igreja. Os Padres que participaram do Sínodo 2014/2015 fizeram importantes
contribuições pastorais, apresentando um panorama da realidade das famílias de
todo o mundo e outras preocupações derivadas da visão do Papa.
A situação
atual da família
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O parágrafo examina o papel antropológico-cultural
nas sociedades atuais e futuras. Há várias décadas passadas, em algumas nações,
já se notava uma realidade doméstica com mais liberdade, com uma distribuição
equitativa de encargos, responsabilidades, tarefas etc. A comunicação pessoal
entre os esposos repercute favoravelmente na vida familiar, impregnando-a de um
humanismo mais espontâneo. A reminiscência de modelos do passado não deve
influir de modo dominante na vivência das sociedades atuais nem nas futuras.
Constata-se, outrossim, que as mudanças antropológico-culturais referidas acima
demonstraram que as pessoas recebem hoje menos apoio das estruturas sociais em
sua vida afetiva e familiar do que no passado, isto é, entendemos que o
matrimônio era mais estável e os costumes vigentes mais aceitos.
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O
parágrafo é muito rico nos assuntos, versando sobre temas diversos e atuais e
envolvendo conceitos e escolhas de vida. Aborda:
- o
individualismo exagerado que prejudica laços familiares, isolando cada um como
se fosse uma ilha e gerando pessoas que crescem segundo seus próprios desejos,
assumidos de uma forma indiscutível. Essa cultura individualista tem suas
consequências, pois pode produzir manifestações de intolerância, de
agressividade e solidão.
- o ritmo
estressante da vida atual, em consequência da organização da sociedade, corre o
risco de ser permanente, tornando-se um hábito.
- a
autenticidade como qualidade quando não reproduz as posturas de outrem. Na
sociedade atual, ela é apreciada por desenvolver capacidades e espontaneidade,
mas pode também degenerar em defeitos como fuga de compromissos, teimar em
manter-se na zona de conforto ou, o que é pior, tornar-se arrogante.
- a
liberdade de escolha. Elogiável quando projeta sua própria vida e cultiva o
melhor de si mesmo, mas essa liberdade pode se degradar em incapacidade de
doação generosa, se não tiver objetivos nobres e hábitos regrados.
- a
solidão manifestada em muitos países pela redução dos matrimônios apresenta-se
pela vivência solitária ou com a opção de conviver sem co-habitar.
- o
sentido de justiça é digno de elogios, mas se ele for mal compreendido, pode se
degenerar em exigências inadequadas.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre
lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)
Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat
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