Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso
Amor Cotidiano
A
transformação do amor
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Este parágrafo versa sobre a transformação do amor
conjugal no decorrer da vida, atualmente mais longeva (chegando a cinco, seis
décadas de união), propiciada pelas circunstâncias atuais. Se no início da
vivência comum a atividade sexual tinha um papel muito importante, com o correr
dos anos outros valores foram substituindo-a, dando oportunidade a novas
satisfações. Uma delas é a alegria da pertença recíproca, gerando o prazer do
companheirismo mútuo, onde cada um conhece tudo de sua vida, de sua história e
tudo partilha. Esse crescimento mútuo envolve um amadurecimento contínuo. Nas
dificuldades, sabe com quem pode contar para superá-las. Embora parte
integrante do amor conjugal prometido, o sentimento não pode ser estendido a
todos os momentos. O mesmo não acontece com o projeto comum de vida, que é
estável e pelo qual nos comprometemos a nos amar e a nos manter unidos todos os
dias até que a morte nos separe.
164AL
O
parágrafo aborda a influência da aparência física no amor conjugal. Como surge
um casal? O nosso próprio? Em um primeiro momento, podemos até enumerar as
causas imediatas, provavelmente de natureza física: o olhar, o falar, o rosto,
a postura, o andar... enfim, podemos enumerar um sem fim de motivos pelos quais
nos decidimos pelo cônjuge: ele por ela, entre tantas que conheceu antes da
decisão e, do mesmo modo, ela por ele. O certo é que o cônjuge enamora-se pela
pessoa inteira do outro, com uma identidade própria e não apenas pelo corpo,
embora este corpo, independentemente do desgaste pelo tempo, nunca deixe de
expressar de alguma forma aquela identidade pessoal que cativou o coração. Com
o passar dos anos, o cônjuge enamorado continua a ser capaz de personificá-la e
a expressar com carinho seu amor. Reitera essa escolha com uma proximidade fiel
e cheia de ternura. A emoção provocada pelo cônjuge como pessoa não tende,
necessariamente, para o ato conjugal. Adquire outras expressões sensíveis,
porque o amor é uma única realidade. Embora com distintas emoções, caso a caso,
pode uma ou outra dimensão sobressair mais. O vínculo encontra novas
modalidades e exige a decisão de reatá-lo repetidamente; não só para
conservá-lo, mas para fazê-lo crescer. É o caminho de se construir dia após
dia. Essa decisão, entretanto, não progredirá se não se contar com a graça do
Espírito Santo sobre o nosso amor para fortalecê-lo, orientá-lo e transformá-lo
em cada nova situação.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre
lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)
Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat
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