Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso
Amor Cotidiano
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Submissão! Palavra delicada porque pode levar a
interpretações desabonadoras. Tentemos, entretanto. A submissão expressa, com
tons pejorativos, um conceito de obediência inquestionável. Como por vezes
aparece em termos bíblicos, as mulheres sejam submissas aos maridos (Ef
5,22), é necessário que seja tratada sob a forma de perícope (uma parte
destacada de um texto para ser analisada e estudada em separado) para que não se
entre em contradições desalinhadas do objetivo. No próprio texto de São Paulo,
as atitudes dos maridos a serem tomadas em relação às mulheres desfariam o
desconforto de Ef 5,22. É o que vemos em Ef 5,25-28. Aliás, São João Paulo II,
em sábia explicação, desfaz qualquer dúvida: O amor exclui todo o gênero de
submissão, pelo qual a mulher se tornasse serva ou escrava do marido (...). A
comunidade ou unidade, que devem constituir por causa do matrimônio, realiza-se
através de uma recíproca doação, que é também submissão mútua. O Papa
Francisco completa: entre os cônjuges, essa recíproca submissão adquire um
significado especial, devendo-se entender como uma pertença mútua livremente
escolhida, com um conjunto de características de fidelidade, respeito e solicitude.
A sexualidade está a serviço desta amizade conjugal de modo inseparável, porque
tende a procurar que o outro viva em plenitude.
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O parágrafo trata do dar e receber nas relações
sexuais entre os esposos. Na sexualidade e no erotismo há distorções, mas que
não devem constituir motivo para serem desprezadas ou mesmo descuidadas. O amor
verdadeiro real e profundo do matrimônio é uma via de dois sentidos para ambas
as partes. A satisfação deve ser recíproca, tanto em dar como em receber. Nesta
troca, quem recebe deve-se considerar necessitado e pronto para receber com
gratidão sincera e feliz as expressões corporais e/ou espirituais de doação do
outro e vice-versa. Bento XVI é muito claro: Se o homem aspira ser somente
espírito e quer rejeitar a carne como uma herança apenas animalesca, então
espírito e corpo perdem a sua dignidade. Deve-se reconhecer que o
equilíbrio tão desejado entre ambos, espírito e corpo, é frágil, podendo
facilmente descontrolar-se.
Agradecendo
a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”.
(Jo 15,5)
Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat
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