Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano
(90 AL) Inicia SS com o Hino à Caridade escrito por São Paulo. Por questão
didática, transcrevemos integralmente o famoso hino:
O amor é paciente,
é benfazejo;
não é invejoso,
não é presunçoso nem se incha de orgulho;
não faz nada de vergonhoso,
não é interesseiro,
não se encoleriza.
Nem leva em conta o mal sofrido;
não se alegra com a injustiça,
mas fica alegre com a verdade.
Ele desculpa tudo,
crê tudo,
espera tudo,
suporta tudo. (1Cor 13,4-7).
A abordagem que o Papa Francisco
apresenta logo após a transcrição do Hino
à Caridade é muito oportuna; além do seu conteúdo convidando ao exercício
das virtudes (sobrenaturais), objeto da teologia, contém aspectos práticos
propondo a prática de hábitos (naturais) ao alcance da psicologia, tendo em
vista sua aplicação na vida concreta diuturna partilhada pelos esposos entre si
e com os filhos.
Aliás, esta dupla finalidade
acompanha o magistério tradicional, como vimos anteriormente no TEMA 13, quando
repetiu-se (Concílio de Trento) a finalidade da graça sacramental:
- Aperfeiçoar o amor
natural
- Confirmar a unidade indissolúvel
- Santificar os
cônjuges
Vejamos então o que diz SS.
Paciência
A origem divina da paciência (91 AL)
O sentido divino encontra-se na
tradução grega do texto do Antigo Testamento, onde se diz que Deus é lento para a ira (Ex 34,6). ... Deus misericordioso é clemente, paciente, rico em bondade e fiel, que
conserva a misericórdia por mil gerações...
Ou como Oséas (11,9): Não me deixarei levar pelo calor de minha
ira. Não destruirei Efraim! Eu sou Deus, não um ser humano. Sou o Santo no meio
de ti.
A paciência é uma qualidade do Deus
da Aliança, que convida a imitá-Lo também na vida familiar. É interessante que,
ao mesmo tempo em que se louva a moderação de Deus para dar tempo ao
arrependimento, se insiste no seu poder manifestado quando atua com
misericórdia. A paciência de Deus é exercício de sua misericórdia.
(92 AL) Aceitar o outro
Quando pensamos que as relações
interpessoais sejam sempre românticas, ou que as pessoas sejam perfeitas, ou
que nossa vontade deva sempre prevalecer, então a situação torna-se
problemática e surge a desavença. Se, pelo contrário, agirmos com paciência,
reconhecendo que o outro assim como é, se é inoportuno, se altera os nossos
planos, se discorda de nossas ideias, se age de modo diferente de quanto
desejaríamos, também tem direito a viver conosco. O amor ao próximo leva-nos a
aceitar o outro como parte deste mundo, observando-se, porém, que tal atitude
não deve ser de tolerância, que
sempre carrega um toque pejorativo.
(93/94 AL) Atitude de serviço
Paulo pretende esclarecer que a
paciência não é uma postura totalmente passiva, mas há de ser acompanhada por
uma atividade dinâmica e criativa perante os outros. Insiste que o amor não é
apenas um sentimento. Lembra-se SS do que disse Santo Inácio de Loyola: O amor deve ser colocado mais nas obras do
que nas palavras e assim mostrar uma fecundidade sem medida.
Agradecendo
a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)
Idalina e Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte
Serrat
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