Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano
7.
O cotidiano algum tempo depois
Ajuda mútua
É importante. Um jornalista que
entrevistava o Papa Bento XVI, ainda quando Cardeal, assim perguntou a Sua
Eminência: “Aquele que vive livremente de acordo com a moral sexual católica
está imunizado contra essas tentações?”.
Conhecedor experiente das dificuldades da vivência do
casamento monogâmico indissolúvel, assim respondeu: “Analisando o homem em seu todo, explicamos o
porque da frase (na pergunta anterior): Isso não se pode dizer. Estamos em
permanente peregrinação à busca da vida eterna como prêmio ao esforço
despendido, mas nunca suficiente para a conquista definitiva, porque os
obstáculos e tentações não cessam de surgir no caminho. Nossa liberdade é
permanentemente desafiada. E, nesses termos, concluímos nosso modo de ver: Mas
penso que alguém que realmente se encontra numa comunidade de fé viva, na qual
as pessoas se apoiam mutuamente, na qual através desse apoio mútuo se chega a
um encorajamento, também pode viver bem o próprio matrimônio.”
E onde encontrar essa ajuda mútua?
Nós, Idalina e Fernando, casados
há 65 anos (1951) e pertencendo às ENS há quase 60 anos (1958), diríamos com
toda a nossa convicção que encontramos essa ajuda mútua nesse Movimento. Como
nossos leitores pertencem igualmente, em sua grande maioria, à mesma entidade, parece-nos
oportuno repetir a sua origem e finalidade.
Em 1939, na França, portanto no
início da Segunda Guerra Mundial, quando desabava na Europa os horrores de uma
guerra prevista pelos mais experientes, alguns casais formaram uma pequena
comunidade que se dispunham a procurar a perfeição cristã. O Pe. Henri Caffarel,
convidado pelos casais, aceitou o desafio. Era o início das “Equipes de Nossa
Senhora”.
Anos mais tarde, em 1987,
refletindo sobre os primeiros anos do Movimento, dizia o Pe. Caffarel: “... pareceu-nos ser necessário, custasse o que
custasse, elaborar uma perfeição cristã para casais cristãos, porque era
evidente que o ensinamento corrente da Igreja e dos padres para os homens e
mulheres que queriam aperfeiçoar seu matrimônio era uma perfeição elaborada por
monges e religiosos. Havia, portanto, uma descoberta a ser feita, pois, do
contrário, estariam condenados a um impasse: os casais jamais iriam longe no
caminho da perfeição, se continuassem presos a uma perfeição de monges.”
Conforme
o que dissemos na abertura do TEMA 32, repetindo o que SS já lembrava no
parágrafo anterior (89 AL), não poderemos
encorajar um caminho de fidelidade e doação recíproca se não estimularmos o
crescimento, a consolidação e o aprofundamento conjugal e familiar.
Para
atender a essa orientação, o que nos pareceu mais oportuno foi recordar
situações já vividas pelos leitores - o que fizemos nos itens 1 a 7 do que
designamos por ANTECEDENTES -, donde resultaria suficiente maturidade para
aprofundarmos os ensinamentos de SS nos parágrafos 90 AL e seguintes.
Agradecendo
a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)
Idalina e Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat
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