Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O
nosso Amor Cotidiano
Alegrar-se
com os outros
(109
AL)
Rejubilar-se com a verdade. Alegrar-se
com o bem do outro é uma atitude positiva quando se reconhece a sua dignidade,
quando se aprecia as suas qualidades e as suas boas obras. Infelizmente, porém,
pode acontecer de estar arraigada, no segredo do coração de certas pessoas, a
alegria ao ver alguém alvo de injustiça, assim como há pessoas sempre se
comparando com o outro, com o desejo de competir, inclusive com o próprio
cônjuge, até o ponto de se alegrar secretamente com o seu fracasso.
(110
AL)
Deus aprecia de modo especial quem se
alegra com a felicidade do outro, quer quando pode fazer algo de bom pelo outro
ou quando vê que a vida do outro está indo bem. Afinal, Deus ama quem dá com
alegria (2Cor 9,7). Se, porém, nos concentramos sobretudo nas nossas limitações
e necessidades, não poderemos desfrutar daquela alegria, pois há mais
felicidade em dar do que em receber (At 20,35). É uma fonte permanente de
felicidade para os cônjuges e também para a família quando habitualmente se
alegram com o sucesso dos seus membros.
Tudo
desculpa
(111
AL)
SS vê que o conceito acima tem
abrangência ampla, podendo significar tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
E qual é o esteio de todas essas atitudes? É o amor, sempre presente, pronto
para defesa em qualquer situação.
(112
AL)
Tudo desculpa pode significar guardar silêncio
a propósito de qualquer mal que possa haver em outra pessoa, não alimentando um
juízo severo e muito menos uma sentença condenatória. Devemos ter sempre
presente um outro aspecto: o da difamação. É uma grave ofensa a Deus quando
afeta seriamente a boa fama, causando danos de difícil reparação. A Palavra de
Deus é sempre no sentido do amor quando afirma não julgueis e não serás
julgado (Lu 6,37) ou não faleis mal dos outros irmãos (Tg 4,11).
Aliás, o amor pode levar a extremos ao defender a boa fama dos inimigos.
(113
AL)
Versa sobre a aplicação prática no
convívio dos cônjuges que se amam e se pertencem. Procuramos mostrar mais seu
lado bom do que as suas fraquezas e erros. É oportuno esclarecer que não se
trata de ficar à mercê da ingenuidade de quem pretenderia não ver as
dificuldades e erros dos outros, mas o que é importante é ponderá-los no
contexto, observando se tais fraquezas são apenas parte e não a totalidade. O
outro não é apenas o que nos incomoda; é muito mais do que isso, pois cada um
de nós tem seus limites e não podemos exigir perfeição até porque também não
somos perfeitos. Encerramos com o fecho lapidar: o amor convive com a
imperfeição, desculpa-a e sabe guardar silêncio perante os limites do seu amado.
Agradecendo a Nossa Senhora sua
proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)
Idalina e Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat
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