COMPROMISSOS DO SETOR

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

TEMA 56 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

Matrimônio e virgindade
161AL
Este parágrafo continua a abordar diversos aspectos da vida conjugal e da virgindade. São modalidades diferentes de amar, realidade indispensável ao ser humano, pois sem ela a vida perde o sentido. Mas, então, se ambas as vidas exprimem o mesmo conceito, qual é a diferença? Ela é essencial ou apenas fruto de opção? Pensamos ser opcional. Na virgindade, ama-se sem necessidade do outro, refletindo assim a liberdade que reinará no Reino dos Céus. Associando-nos a esta ideia, chegamos a Cristo Ressuscitado e neste momento podemos atribuir à virgindade um sinal “escatológico”. Quanto à vida conjugal, o que dizer? Preliminarmente, teríamos a dizer que sua finalidade última é o amor definitivo a Cristo. Poderíamos complementar dizendo que o matrimônio é um sinal terreno (e os dois serão uma só carne (Gn 2,24), até que a morte os separe), sinal também dado por Cristo quando se uniu a nós até o derramamento do seu sangue.

162AL
O parágrafo coteja a vida celibatária e a vida matrimonial. Ambas podem ter estilos, ou apenas momentos, mais exigentes e outros mais suaves. Iniciemos pela celibatária. Pode optar por uma cômoda solidão, com a liberdade de locomoção e de residência, independência financeira, escolha das pessoas com as quais convive. E o casal? A sintonia de vontades proporciona outras alegrias compartilhadas por ambos os cônjuges. Lembremos, porém, que há situações que geram sacrifícios, como o passar dos anos. As doenças e a idade podem levar o cônjuge a se tornar fisicamente menos atraente ou deixar de satisfazer as suas necessidades, surgindo ocasiões propícias à infidelidade ou ao abandono. Situações extremas de doença podem exigir do cônjuge uma fidelidade sem limite, como se estivesse ao pé da cruz, reafirmando o sim que um dia disseram até a morte. Muitas outras circunstâncias poderiam ser lembradas na vida conjugal, como aquelas famílias com filhos fragilizados por doenças, outros com comportamentos difíceis e até ingratos, exigindo dedicação e generosidade de seus pais. Infelizmente, a secularização ofuscou o valor da riqueza que representa uma união fiel e permanente. Voltemos à vida celibatária. Tantos exemplos vivenciados pelas famílias são um convite aos celibatários a viverem sua dedicação ao Reino com maior generosidade e disponibilidade.

Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

domingo, 30 de setembro de 2018

TEMA 55 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

Matrimônio e virgindade
158 AL
Há pessoas que não se casam, mas que nem por isso deixam de ser úteis, pois podem apoiar sua própria família de origem como também podem prestar serviços em outros ambientes sociais: entidades de beneficência, associações profissionais, na comunidade eclesial... Para quem quer, não faltam oportunidades de colocar à disposição dos outros seus talentos e vocação. Nesse sentido, há aqueles que consagram a vida por amor a Cristo e aos irmãos. Sua dedicação enriquece tanto a Igreja como a família.

159 AL
A virgindade é o tema do parágrafo. A abstinência sexual deve ser uma decisão pessoal, tomada conscientemente, sem constrangimentos de espécie alguma, tendo em vista um bem maior. São João Paulo II disse que os textos bíblicos não oferecem motivo para sustentar nem a inferioridade do matrimônio nem a superioridade da virgindade ou do celibato devido à abstinência sexual. Tais estados de vida podem ser perfeitos, cada um em seu lugar conforme o ponto de vista. Exemplificando, poderíamos considerar o matrimônio o maior dos sacramentos, pois simboliza algo tão grande como a união de Cristo com a Igreja ou a união da natureza divina com a humana (Alexandre de Hales). As circunstâncias podem influir na decisão. É o que aconteceu com São Paulo. Levado pela ideia que Cristo regressaria em breve e portanto o tempo de evangelização seria curto, recomendava a virgindade. Reconhecia, entretanto, que Não tenho nenhum mandamento do Senhor (1Cor7,25).

160AL
Conforme vimos no parágrafo anterior, não há mandamento que justifique colocar em contraposição os dois estados de vida: o casamento e o celibato. Encontram-se, porém, situações errôneas como aquela que reduz o valor do matrimônio com fundamento na abstinência sexual. É também interessante esclarecer que o estado de perfeição desejado pelos conselhos evangélicos (obediência, pobreza e castidade) é pelo seu conjunto e não pela continência sexual mesma. Seguir o espírito dos referidos conselhos pode nos levar à perfeição cristã, que afinal se resume na excelência da caridade.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

sábado, 15 de setembro de 2018

TEMA 54 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano
156 AL
Submissão! Palavra delicada porque pode levar a interpretações desabonadoras. Tentemos, entretanto. A submissão expressa, com tons pejorativos, um conceito de obediência inquestionável. Como por vezes aparece em termos bíblicos, as mulheres sejam submissas aos maridos (Ef 5,22), é necessário que seja tratada sob a forma de perícope (uma parte destacada de um texto para ser analisada e estudada em separado) para que não se entre em contradições desalinhadas do objetivo. No próprio texto de São Paulo, as atitudes dos maridos a serem tomadas em relação às mulheres desfariam o desconforto de Ef 5,22. É o que vemos em Ef 5,25-28. Aliás, São João Paulo II, em sábia explicação, desfaz qualquer dúvida: O amor exclui todo o gênero de submissão, pelo qual a mulher se tornasse serva ou escrava do marido (...). A comunidade ou unidade, que devem constituir por causa do matrimônio, realiza-se através de uma recíproca doação, que é também submissão mútua. O Papa Francisco completa: entre os cônjuges, essa recíproca submissão adquire um significado especial, devendo-se entender como uma pertença mútua livremente escolhida, com um conjunto de características de fidelidade, respeito e solicitude. A sexualidade está a serviço desta amizade conjugal de modo inseparável, porque tende a procurar que o outro viva em plenitude.

157 AL
O parágrafo trata do dar e receber nas relações sexuais entre os esposos. Na sexualidade e no erotismo há distorções, mas que não devem constituir motivo para serem desprezadas ou mesmo descuidadas. O amor verdadeiro real e profundo do matrimônio é uma via de dois sentidos para ambas as partes. A satisfação deve ser recíproca, tanto em dar como em receber. Nesta troca, quem recebe deve-se considerar necessitado e pronto para receber com gratidão sincera e feliz as expressões corporais e/ou espirituais de doação do outro e vice-versa. Bento XVI é muito claro: Se o homem aspira ser somente espírito e quer rejeitar a carne como uma herança apenas animalesca, então espírito e corpo perdem a sua dignidade. Deve-se reconhecer que o equilíbrio tão desejado entre ambos, espírito e corpo, é frágil, podendo facilmente descontrolar-se.

Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

TEMA 53 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

Violência e Manipulação
153 AL
Neste parágrafo, SS diz com muita propriedade que a sexualidade sadia, construtiva, complemento importante e às vezes fundamental na realização da pessoa humana, tratada no TEMA 52, pode, por diversos motivos, se degenerar e se tornar causa de atitudes perversas e até abomináveis, mas que não podem ser, infelizmente, ignoradas. Quando o corpo do outro não é mais respeitado, porque deixou de ser fonte de prazer, pode provocar, entre outros, instintos cruéis e desumanos, causadores dos maiores sofrimentos da pessoa antes amada. Essa subversão pode vir até acompanhada de violência sexual, gerada pela insatisfação do prazer frustrado, em total oposição ao amor sadio.

154 AL
SS lembra neste parágrafo que o ato conjugal supõe o consentimento de ambos os lados e, se não ocorrer pelas condições e desejos legítimos, não é um verdadeiro ato de amor e nega, em consequência, uma exigência de reta ordem moral nas relações entre os esposos. Deus criou a sexualidade e, portanto, o ato conjugal decorrente é querido por Deus. A matéria foi abordada em profundidade por São Paulo quando escreveu: Nesse assunto, ninguém prejudique ou lese o irmão (1Ts 4,6). Em outra ocasião foi ainda mais explícito, pois embora em época em que dominava a cultura patriarcal, na qual a mulher era considerada completamente subordinada ao homem, já previa que a sexualidade era um assunto a ser tratado por ambas as partes.  Até mesmo, se necessário fosse protelar as relações sexuais por algum tempo, que o fosse de comum acordo (1Cor 7,5).

155 AL
O homem e a mulher, como seres humanos, no exercício da união conjugal, estão sujeitos a situações indesejáveis, como a da insaciabilidade, como dizia São João Paulo II, pois pode levar à pretensão de tentarem esquecer as diferenças inevitáveis entre ambos. A pertença recíproca é um bem precioso, quando equilibrado. Quando, porém, se torna uma forma de domínio, abala a estrutura da comunhão interpessoal de amor, onde a dignidade se esvai tanto do dominador como do dominado. Neste ambiente, a beleza da união amorosa é substituída por um sexo inexpressivo.

Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat


quarta-feira, 15 de agosto de 2018

TEMA 52 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

A dimensão erótica do amor
150 AL
O cerne do conteúdo do parágrafo é que a sexualidade é um bem maravilhoso criado por Deus. É necessário, contudo, o equilíbrio entre o eros e o ágape, tão bem explicado pelo Papa Bento XVI, como já vimos anteriormente nos TEMAS 3 e 4. Aliás, é uma explicitação do que já dissera São João Paulo II de rejeitar “a ideia de que a doutrina da Igreja leve a uma negação do valor do sexo humano ou que o tolere simplesmente pela necessidade de procriação”. Acrescentaríamos ainda que a necessidade sexual não é objeto de menosprezo e “não se trata de modo algum de pôr em questão tal necessidade”.

151 AL
Há quem receie que a educação das paixões e da sexualidade prejudique a espontaneidade do amor sexual. O ser humano, como ensinava São João Paulo II, é chamado à plena e matura espontaneidade das relações sexuais, “fruto gradual do discernimento dos impulsos do próprio coração”. É algo que se conquista. Na sua catequese sobre a teologia do corpo humano, São João Paulo II dizia uma verdade lapidar, que a corporeidade sexual “é não só fonte de fecundidade e procriação”, mas possui “a capacidade de exprimir amor, exatamente aquele amor que o homem-pessoa se torna dom”. Finalizando o parágrafo, diríamos que “o erotismo mais saudável, embora ligado a uma busca de prazer, supõe admiração e, por isso, pode humanizar os impulsos”.

152 AL
Resumindo-se os dois parágrafos anteriores, diríamos que a dimensão erótica do amor é um maravilhoso dom de Deus que complementa o envolvimento de duas pessoas que se amam, se admiram e se respeitam, “mostrando-nos de que maravilhas é capaz o coração humano”.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

segunda-feira, 30 de julho de 2018

TEMA 51 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

Deus ama a alegria dos seus filhos
147 AL
SS observa que o mundo vê o comportamento da Igreja, com seus mandamentos e proibições, como um obstáculo à felicidade e à alegria da vida preparada pelo Criador. Ele recorre, então, ao Papa Bento XVI, que responde reconhecendo que, em épocas passadas, não faltaram exageros e ascetismos impróprios do cristianismo. A Doutrina oficial da Igreja, fiel à Sagrada Escritura, coloca o eros em seu devido lugar, isto é, como um bem desejável, fonte de alegria e prazer, exigindo, porém, a prática de ascese, renúncias, purificações e saneamentos.

148 AL
O intento fundamental de SS é salvar a alegria legítima da família. Este objetivo deve ser alcançado seguindo um belo caminho com as paixões, combinando-as progressivamente a um projeto de autodoação e seu entrelaçamento com momentos de intenso prazer, enriquecidos com dedicação generosa, espera paciente, inevitável fadiga e esforço por um ideal. A vida da família merece tanto? Merece ser vivida inteiramente? Certamente que sim.

149 AL
Deus ama a alegria dos seus filhos supondo-se o bom uso de todas as coisas (1 Tm 6,17). Este conceito já foi emanado no Antigo Testamento, quando aconselha “Filho, se tens posses, faze o bem a ti mesmo (...) Não te prives do bem de um dia” (Eclo 14,11.14). Se um casal de esposos é feliz, o que também é desejado por Deus, que desfrute deste bem ou como diz o texto bíblico “Quando os dias forem bons, aproveite-os bem (...)” (Ecl 7,14). SS abre os horizontes quando diz que o prazer pode, no decorrer da vida e conforme a necessidade do amor mútuo, tomar outras formas de expressão. Neste sentido, pode-se ampliar a consciência, dilatando e aperfeiçoando as perspectivas, para não ficar preso a uma experiência muito limitada. Aliás, alguns mestres orientais caminham nesta direção. Há correntes espirituais, entretanto, que insistem erroneamente em eliminar o desejo para se libertar da dor decorrente.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

domingo, 15 de julho de 2018

TEMA 50 AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

O mundo das emoções
143 AL
O Papa Francisco, quando aborda um tema, como é o caso das emoções no presente parágrafo, o faz sob uma visão ampla e profunda. Inicia pela definição. Os desejos, sentimentos, emoções são chamados pelos clássicos como “paixões”. Pois bem, o ser humano, em todas as suas atividades, sempre as carrega com uma dose de paixão que, embora variável, pode ser de maior ou menor intensidade. São sinais afetivos de prazer ou sofrimento, de alegria ou tristeza, de afeto ou rejeição. É psicológico e até os filósofos diriam que é ontológico.

144 AL
SS refere-se, nesta oportunidade, à sensibilidade de Jesus em algumas passagens evangélicas, mostrando seu coração humano. Exemplificando, a rejeição de Jerusalém o amargurava profundamente (Mt 23, 37), levando-o mesmo a chorar (Lc 19,41). Noutra ocasião, o motivo do seu choro foi a morte de um amigo.

145 AL
É um parágrafo extremamente denso. Inicia dizendo que a emoção não é intrinsicamente um bem ou um mal, mas o ato realizado em decorrência dela é que poderá ser moralmente bom ou mau. Assim, a atração por alguém não é necessariamente um bem, pois, pelo contrário, se eu quiser escravizá-la de alguma forma estarei alimentando o meu egoísmo. SS dá até uma lição de vida quando diz que nos julgamos sermos bons só porque temos sentimentos, o que é um tremendo engano. É o caso, por exemplo, de pessoas que se sentem capazes de um grande amor, mas na realidade têm necessidade apenas de afeto, pois são incapazes de buscar a felicidade dos outros. Por vezes, os sentimentos escondem um egocentrismo exagerado, impedindo um relacionamento saudável e feliz com a família.

146 AL
Numa família, o amor matrimonial bem desenvolvido procura fazer com que sua vida emotiva se transforme em um bem comum. No decorrer do convívio familiar, é importante que a vida emotiva de cada um de seus membros seja livre em seus propósitos, o que a enriquece e a embeleza, livrando-a de cerceamentos inconvenientes. É a maturidade desejável.

Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

sábado, 30 de junho de 2018

TEMA 49 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR (continuação)


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

O diálogo
139 AL
É um parágrafo rico de orientações gerais para se conseguir um diálogo construtivo não apenas entre pessoas amigas, mas também entre casais. De início, devemos nos imbuir de amplitude mental, de modo que não nos encerremos em umas poucas ideias, mas sim de uma flexibilidade tal que permita modificar ou completar nossa bagagem. Outro conselho básico é que devemos aspirar o que seria a unidade na diversidade e não a uniformidade pura e simplesmente. Não devemos ter a obrigação de sermos iguais, mas um estilo de comunhão fraterna, enriquecedor, onde pessoas diferentes se respeitam e se apreciam, cada um com o seu colorido próprio. Outra recomendação de SS é de desenvolvermos a capacidade de expressar o que se sente sem ferir ou magoar, embora o que se deva dizer seja exigente, evitando-se uma linguagem moralizante que agride e ironiza. Há tantas discussões entre casais, cujos motivos não são graves, porém de coisas pouco relevantes, mas que se avolumam pelo modo de dizê-las ou pela atitude assumida.

140 AL
O parágrafo, embora curto, transmite uma lição de vida. Diz que o amor, quando manifestado por gestos de atenção, olhares de carinho, agrados de ternura ou outros por ele sugerido, facilita e muito o relacionamento do casal, principalmente o diálogo. Se quisermos ter segurança em nossas atitudes, devemos apoiá-las em nossas convicções e valores, evitando-se um clima de concorrência ou superação sobre o outro.

141 AL
O parágrafo é extremamente prático e lógico. O conselho para se manter o diálogo, mesmo entre os cônjuges, é preciso riqueza interior e para tal é necessário alimentá-la com leitura, reflexão pessoal, compreendendo a oração e a abertura à sociedade, ampliando as relações interpessoais, de preferência com diferentes modos de pensar. Se não houver empenho pessoal e não havendo novidades de valores com outras pessoas, a família vai se fechando continuamente com risco de endogamia e o diálogo, que é o objeto do presente estudo, se esvazia.

Amor apaixonado
142 AL
O parágrafo versa sobre o amor conjugal, emanado no Concílio Vaticano II, segundo o qual ele abrange integralmente toda a pessoa (corpo, alma e espírito). Nestas condições, o amor conjugal pode conferir especial dignidade às suas manifestações do corpo e do espírito, enobrecendo-as, uma vez que elas são sinais peculiares próprios dele. Os próprios místicos afirmam que os amores sobrenatural e celeste, que necessitam de símbolos para se exprimirem, vão buscar mais no amor conjugal sua fonte inspiradora do que nas outras expressões de amor, como o filial, o de amizade, à Pátria, à profissão, amor entre pais e filhos ou até aquele dedicado a uma causa. Por quê? Justamente pela sua abrangência total, justificando o desenvolvimento que SS dará aos sentimentos e à sexualidade no matrimônio.

Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

sexta-feira, 15 de junho de 2018

TEMA 48 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR (continuação)


Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

O diálogo
136 AL
O objetivo do parágrafo é mostrar a importância do diálogo entre os cônjuges e, por extensão, entre os demais membros da família. É fácil? Parece, mas não o é, pois seu aperfeiçoamento e amadurecimento exigem que seja mantido sempre vivo o interesse nesse objetivo. A diversidade de pessoas e as circunstâncias devem ser consideradas. Na vida conjugal, por exemplo, a diferenciação de um ser homem e outro mulher é fundamental. Na vida familiar, a diversidade das pessoas não é menos importante. Assim, uns são adultos e até idosos, enquanto outros podem ser jovens, cuja linguagem é própria, possivelmente, apenas entre os contemporâneos. O modo de formular as perguntas propicia o tom das respostas. A escolha das oportunidades, por sua vez, depende da sensibilidade dos interlocutores. SS encerra seu parágrafo aconselhando desenvolver o hábito de atitudes que exprimam o amor, favorecendo o diálogo autêntico.

137 AL
O parágrafo versa basicamente sobre uma regra de ouro de como escutar o outro. Muitas vezes, um dos cônjuges não precisa de uma solução para os seus problemas, mas de ser ouvido. Tem de sentir que se apreendeu o que vai no seu íntimo, os sentimentos que invadem a sua alma, a sua desilusão, o seu sonho, sua esperança. As queixas são mais frequentes do que se pensa. Algumas até lembradas por SS: Não me ouve e, quando parece que o faz, na realidade está pensando em outra coisa; enquanto falo, tenho a sensação de estar esperando que acabe logo; quando falo com você, tenta mudar de assunto ou me dá respostas rápidas para encerrar a conversa. Pode-se evitar? Sim, reservar tempo adequado para se escutar com paciência tudo o que o outro tem a manifestar e que precisava comunicar; não interrompê-lo, o que exige sacrifício; despojar-se das próprias necessidades e urgências, enfim, dar espaço. É a prática da ascese.

138 AL
Quando se trata de diálogo entre duas pessoas quaisquer, deve se dar valor ao outro, que tem o direito de existir, de pensar de modo autônomo e, afinal, ser feliz; ou, em outras palavras, tem capacidade própria, intuição pessoal desenvolvidas em experiências de vida. O aprofundamento do diálogo poderá ocorrer, até mesmo ser o ponto de partida se esclarecermos o que o preocupa e o apaixona.

Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Idalina e Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat

quarta-feira, 30 de maio de 2018

TEMA 47 – AMORIS LÆTITIA (AL) – A ALEGRIA DO AMOR (continuação)

Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso Amor Cotidiano

Amor que se manifesta e cresce
133 AL
Para se refletir o presente parágrafo, que versa sobre o amor de amizade, sugerimos que antes deve ser recordada a conceituação desenvolvida no parágrafo 127. Para o crescimento do amor de amizade, que supomos existir entre os cônjuges e, por extensão, entre os membros da família, devemos nos empenhar continuamente, como sugere SS, quando aborda três palavras-chave para esta conquista: licença, obrigado e desculpa. Devem ser empregadas sem limites ou restrições, pelo que significam. A primeira mostra que não somos donos do pedaço, a segunda revela que valorizamos o gesto do outro e a terceira, quando percebemos que cometemos algo incorreto. Quando somos generosos no seu emprego, a paz e a alegria reinarão no convívio conjugal e, por extensão, no ambiente familiar e contribuirão para evitar pesados silêncios indesejáveis.

134 AL
Estamos falando especialmente de amor conjugal e seu crescimento, que deve ser constante. Como é uma expressão da caridade, é envolvido por um verdadeiro círculo vicioso, isto é, quanto mais cresce, maior é a capacidade de aumento. A criatividade é importante; a escolha de temas e como tratá-los para que se obtenha o desejado objetivo é uma verdadeira arte. É o caso, por exemplo, da indissolubilidade do matrimônio, que não deve ser vista como obrigação ou uma exigência doutrinária. O recurso para superar o desconforto de tal tema é tornar mais frequentes e intensas as demonstrações de amor e de ternura, que levarão à maior consciência e vitalidade da unidade do casal.

135 AL
O parágrafo enfrenta as dificuldades da realidade da vida, com uma atitude incomum. Não imaginar uma vida idílica, com viés celestial, porque tal imaginação conspira contra os esforços para crescimento. A Conferência Episcopal do Chile foi peremptória: não existem as famílias perfeitas que a publicidade falaciosa nos propõe. Nelas, não passam os anos, não existe a doença, atribulação nem a morte. A publicidade consumista mostra uma realidade ilusória que não tem nada a ver com a realidade que devem enfrentar no dia a dia os pais e as mães da família. É mais saudável aceitar com realismo os limites, os desafios e as imperfeições e dar ouvidos ao apelo para crescer juntos, fazer amadurecer o amor e cultivar a solidez da união aconteça o que acontecer.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)

Idalina e Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat