Capítulo IV: O AMOR NO MATRIMÔNIO
O nosso
Amor Cotidiano
Matrimônio
e virgindade
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Este parágrafo continua a abordar diversos aspectos
da vida conjugal e da virgindade. São modalidades diferentes de amar, realidade
indispensável ao ser humano, pois sem ela a vida perde o sentido. Mas, então,
se ambas as vidas exprimem o mesmo conceito, qual é a diferença? Ela é
essencial ou apenas fruto de opção? Pensamos ser opcional. Na virgindade,
ama-se sem necessidade do outro, refletindo assim a liberdade que reinará no
Reino dos Céus. Associando-nos a esta ideia, chegamos a Cristo Ressuscitado e neste
momento podemos atribuir à virgindade um sinal “escatológico”. Quanto à vida
conjugal, o que dizer? Preliminarmente, teríamos a dizer que sua finalidade
última é o amor definitivo a Cristo. Poderíamos complementar dizendo que o
matrimônio é um sinal terreno (e os dois serão uma só carne (Gn 2,24),
até que a morte os separe), sinal também dado por Cristo quando se uniu a nós
até o derramamento do seu sangue.
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O parágrafo coteja a vida celibatária e a vida
matrimonial. Ambas podem ter estilos, ou apenas momentos, mais exigentes e
outros mais suaves. Iniciemos pela celibatária. Pode optar por uma cômoda
solidão, com a liberdade de locomoção e de residência, independência
financeira, escolha das pessoas com as quais convive. E o casal? A sintonia de vontades
proporciona outras alegrias compartilhadas por ambos os cônjuges. Lembremos,
porém, que há situações que geram sacrifícios, como o passar dos anos. As
doenças e a idade podem levar o cônjuge a se tornar fisicamente menos atraente
ou deixar de satisfazer as suas necessidades, surgindo ocasiões propícias à
infidelidade ou ao abandono. Situações extremas de doença podem exigir do
cônjuge uma fidelidade sem limite, como se estivesse ao pé da cruz, reafirmando
o sim que um dia disseram até a morte. Muitas outras circunstâncias
poderiam ser lembradas na vida conjugal, como aquelas famílias com filhos
fragilizados por doenças, outros com comportamentos difíceis e até ingratos,
exigindo dedicação e generosidade de seus pais. Infelizmente, a secularização ofuscou
o valor da riqueza que representa uma união fiel e permanente. Voltemos à vida
celibatária. Tantos exemplos vivenciados pelas famílias são um convite aos
celibatários a viverem sua dedicação ao Reino com maior generosidade e
disponibilidade.
Agradecendo a Nossa Senhora sua proteção, sempre
lembrando que “... sem mim nada podeis”. (Jo 15,5)
Fernando
Equipe de Nossa Senhora do Monte Serrat